Banalização do amor

Significado de banal - s.m. e s.f. Desprovido de originalidade; que é comum ou ordinário; trivial: conversa banal (fonte: Dicionário Online de Português).

Já escutei tanta gente falando sobre a banalidade do amor nos dias atuais que já virou até clichê. Procurei um pouco mais a fundo sobre o que a expressão me dizia e cheguei a conclusão de que não concordo em nada com essa sentença. Antes o amor fosse comum, corriqueiro! Presente em todos os lugares a qualquer hora. O que existe é uma falsa percepção do sentir, que resulta  na extinção do amor. Sim, no desaparecimento do que verdadeiramente o amor é na prática.

Relacionamento hoje em dia tem de tudo: paixão, encantamento, atração física. Mas amor, meu amigo, me desculpa a sinceridade, mas esse está escasso, esquecido, abandonado. O amor não é instantâneo. A gente olha e 'boom', aconteceu. É preciso tempo, dedicação, vontade, paciência e toda aquela receita sem passos fixos que a gente vê nos filmes e textos de paixão, mas dificilmente vive - ou se vive, muitas vezes não é correspondido.

Um relacionamento pode ter vários pilares de sustentação, mas, um casal que descarta a convivência no primeiro sinal de rachaduras causadas pela rotina, definitivamente, não se apoia nas regras desse apego. Amor é, antes de tudo, tentativa. Amor é ser clichê mesmo na originalidade, é ser único mesmo na repetição, no já antes visto. Se tem uma coisa que o amor não é, é simples, ou passível de explicações.

Um relacionamento em que não há doação das duas partes, egoísta, que não entende, não apoia, não busca a melhora e a superação dos problemas não pode ter amor (de verdade) envolvido. É humanamente, fisicamente, estatisticamente impossível. O dia a dia é o estudo de caso que explica toda a matemática envolvida no amor (em nenhum momento defendi que haveria lógica).

Então, lanço aqui a campanha pela banalização do amor. Vamos tornar o amor um sentimento compartilhado, vivido, trivial. Não há nada de mau em transformar coisa boa em comum. Ruim é disseminar o falso sentimento e se apoiar na ilusão de que está vivendo algo que vale, de fato, a pena. Vamos adubar a dedicação, regar a vontade, cuidar do tempo e colher os frutos dessa árvore. E assim, plantar mais sementes.