3.5.14

Medo, frio na barriga e amor


Eu devo mesmo estar perto de me esborrar em palavras, porque a necessidade que sinto de me desafogar é imensa. E se escrever tem mesmo alguma utilidade, talvez seja essa, de ajudar a manter a nossa mente sã, ou pelo menos parte dela. Mas, não tenho vontade de escrever sobre qualquer fato mundano que permeia o meu pensamento, só desabafo sobre você e sobre a maneira de como não consigo pensar ou me concentrar em outra coisa que não tenha a ver com as sete letras do teu nome. Cada vez que penso estar perto de uma calmaria no corpo e no coração, lembro da saudade que você me causa e sinto espasmos musculares que não cessam, um frio na barriga que chega a doer.


A parte chata do amor é não conseguir se controlar. Não ter autoridade sobre os próprios pensamentos e nem sobre o corpo. A saudade é involuntária, assim como o arrepio frio que corre a espinha quanto te vejo no final da rua. E pior que isso, não conseguir disfarçar. Basta alguém falar teu nome e pronto, o danado do sorriso não me larga os lábios. Torço pra que você não perceba. Torço pra que cada um dos meus códigos passem despercebidos aos olhos daquele que me calma toda essa bagunça, que me desmonta a cada toque sem querer e me faz desejar sua pele mais próxima a minha.

Dá medo de se deixar machucar de novo, expor o coração sem ter medo de que ele se despedace de novo. Por outro lado, almejo de forma infinita que você me tome nos braços e cuide de todas as cicatrizes que o tempo não curou, apenas me ensinou a como conviver com elas. Em troca, só te pediria que me deixasse cuidar-te também, que me mostrasse a tua carne viva, os teus medos, paranoias e ciúmes engolidos goelas a baixo. Deixa-me saber que tu se sentes tão frágil quanto eu, que tem tantos receios quanto eu e que não tem a pretensão de magoar, como eu.

Esse frio e borboletas na barriga me deixa confusa. Me leva a enfrentar o que sinto e a me esconder do que não consigo assumir. Sentimento louco, bobo, que não tem razão de ser e me dá o sentido de tudo. Esperar que você perceba e venha ao meu encontro é a maior das insanidades, visto que te quero tanto que demonstro deixar de querer. Espero que meu surto sentimental um dia cesse e eu seja capaz de vomitar pra você tudo o que sinto e está oprimido. E se eu voltar à mim e pensar em virar as costas, que você tenha certezas suficientes pra não me deixar desistir. Mesmo que o frio me tome, prometo ficar. Mesmo que o frio te tome, prometa amar. 

2 comentários:

  1. Lindo, lindo muito lindo esse texto amei. A parte que mas amei: "A parte chata do amor é não conseguir se controlar. Não ter autoridade sobre os próprios pensamentos e nem sobre o corpo." Adorei essa parte, sempre Arrasando você nos seus textos. PARABÉNS Amanda :)

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    1. Anne, fico muito feliz em ler isso! Sinta-se à vontade para passar por aqui sempre que quiser. Beijos!

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