8.2.14

Pelo simples

Perdi o gosto pelas palavras difíceis, por correr atrás dos amigos que não me ligam, por dar importância as coisas materiais. Perdi o gosto de me apaixonar por cafajeste, de reclamar que deveria estar fazendo sol quando chove e de sempre achar que eu deveria perder dois quilos. Perdi o gosto por querer controlar tudo o que me rodeia, arrumar os móveis da sala do único jeito que aceito e de rotular as pessoas como itens de produção em série. Sei lá, nada disso parece ter sentido.

Eu quero o simples. Quero ver a sinceridade no meu texto e nas minhas relações de amizade. Ter alguém que me traga calmaria no coração e não noites mal dormidas. Me aninhar na cama em dias de chuva e me bronzear no sol mais gostoso, pensar que prefiro comer brigadeiro do que salada! E não me importar com os julgamentos alheios, afinal, ninguém sabe do fardo que o outro carrega, o que traz nas suas marcas de expressão ou nos olhos.

Tão fácil quanto julgar é ser julgado. Apontar o que as pessoas deveriam ou não fazer de acordo com às suas vivências parece sensato. Não é. Colocar alguém na berlinda talvez fale mais sobre você do que se imagina. É bem mais fácil assinalar os defeitos alheios do que aceitar a nossa redenção, a falta de felicidade e de identificação com o que a nossa vida se transformou. Vamos nos afligir menos com os problemas dos outros e até com os próprios problemas. Porque, de repente, as coisas mudam.

Isso é a vida, é tentar se preocupar menos com o depois e viver o agora. Saber que, não importa quantas barreiras nos separem do mundo real, vamos sofrer sim, vamos chorar, pensar que o mundo acabou, mas na verdade ele renasceu. E ele pode renascer todos os dias, várias vezes por dia, se a gente quiser. Tudo depende da nossa atitude, da nossa forma de aceitar o que ele tem pra nos dar, seja de bom ou ruim.

Poder se orgulhar de que nunca teve medo de quebrar a cara. E que a quebre, por várias vezes, mas saiba que algo lhe servirá de lição lá na frente. E se alguém ainda insistir que existe fórmula pra sofrer menos, lamente desapontar. A gente só aprende passando pelas situações. Se conselho fosse bom, era vendido. Ninguém vive na base das experiências dos outros. Cada um tem que passar pelos seus próprios desaforos pra aprender que a vida é bem mais bonita do que parece.

6 comentários:

  1. Exatamente, a gente precisa ter as próprias experiências de desamor, porque isso nos enriquece e nos fortalece adiante. Só não vale persistir no erro, resistir a ele. Tenhamos amor próprio, acima de tudo. Sejamos egoístas nisso sim, porque primeiro vem a gente, depois vem o outro.
    Abraços.

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  2. E toda experiência, seja boa ou ruim, nos ensina.. Nos faz melhor. Gosto dessa falta de medo e toda essa simplicidade!

    Belíssimas palavras, Amanda!
    Beijos*:

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  3. Conselhos sempre são bons! mais a experiência é algo que nós trás sabedoria, sendo uma experiencia boa ou ruim, por esse motivo que não podemos reclamar dos nossos erros, pois são com eles que adquirimos a confiança de não errar mais uma vez!
    Parabéns texto maravilhoso, blog perfeito! continue assim, Deus que te abençõe!

    senhoritametamorfose.blogspot.com.br

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  4. "Tudo depende da nossa atitude, da nossa forma de aceitar o que ele tem pra nos dar, seja de bom ou ruim."

    De longe ouso a dizer que esse é um dos seus melhores textos que já li, talvez lindo por ser simples, sincero, apesar de dar um tapa na cara de quem o lê.
    Não há nada melhor que as experiências pra nos ensinar.

    Beijos

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  5. A vida é bem mais linda que mostra ser mesmo com as dificuldades, e uma forma de vÊ isso é valorizar as coisas simples que são as melhores.

    www.iasmincruz.com

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