23.2.14

Ele não vai ligar


"A gente precisa ter o coração partido algumas vezes. Isso é um bom sinal, ter o coração partido. Quer dizer que a gente tentou alguma coisa." (Comer, rezar, amar).


Eu e essa minha mania de me encantar rápido por qualquer rapaz que me chame um pouco da atenção. Se me der um pouco de corda, então, minha carência fala mais alto do que qualquer senso de autopreservação que eu ache que tenha me munido durante esses anos de despedaçamentos amorosos. Tá aí uma coisa que eu nunca vou aprender: a saber quando pular fora, quando uma coisa não tem futuro. Todo sinal de reciprocidade, mesmo que só exista em minha cabeça, dá abertura pra uma chuva mental de confetes, com direito a trio elétrico e tudo mais.

Não, eu não tô com raiva. Tô triste, tô cansada e desacreditada. Com ele? O triplo comigo. Por me deixar cair nessa situação, por insistir quando tudo já apontou pra uma direção contrária, por dar nome aos nossos três filhos depois de uma conversa de 10 minutos no celular. Me chame de louca se quiser, talvez eu realmente seja. Infantil também, insegura e outras coisas. Não nego que sou carente, ansiosa, neurótica e não consigo controlar meus pensamentos. Sou humana, ué! Mas essa coisa que bater sempre na mesma tecla já tá me deixando enferrujada (por dentro).

Toda esse confusão de "amor da minha vida", eu não acredito. Humanos são humanos e tampas são feitas na medida das panelas. Mas quando se trata de gente, é sempre preciso um ajuste ali ou aqui pra encaixar. Como já disse Carpinejar, "amor é teimosia", e por isso me passo por situações que não me imaginaria, caso não estivesse apaixonada. Apesar de tudo, sei que no dia em que desistir de me submeter a certos micos, deixarei de acreditar aquilo que há de mais puro dentro de mim.

Sinto vontade de chorar, me desculpe. Pensei que já tinha passado por essa fase mas não passei e acho que nunca passarei. Não sei aceitar a não-honestidade das pessoas, principalmente em relacionamentos. O medo de dizer 'não', a covardia, o 'assoprar' que precede o 'morder'. Gosto de quem dá a cara a tapa e quis que não quer e pronto, não precisa de motivos. Não suporto quem se esconde atrás de sua falta de maturidade. Ou atrás do suposto-falso medo de magoar alguém

Ele não vai ligar. Essa não foi a primeira vez que aconteceu e nem será a última. Não foi o primeiro medroso a se esconder e nem será o último. Que pena, eu realmente quis. Enquanto faço as pazes comigo mesma, refaço as minhas crenças e as minhas convicções.  Já levei muito sopapo nessa vida, mas sigo em frente. Um dia, talvez, eu entenda, ou não. Desisti de você, mas não do amor.

5 comentários:

  1. "Desisti de você, mas não do amor." Adorei essa <3.
    Esse texto me lembra como sou aushauhs!

    ResponderExcluir
  2. Me encontrei, de novo, no seu texto. Tenho essa mania de me apaixonar fácil, embora nunca vire amor, eu gosto criar historias e expectativas que tendem a me machucar, mas e dai? A vida é feita desses riscos e quebrar a cara é só parte do jogo.
    Vivo o amor e os causos, vezes ruins, vezes bons, que a vida encaixa na gente.
    http://www.novaperspectiva.com/

    ResponderExcluir
  3. Oi, Amanda. Gostei muito do texto, tantas partes não tem como não se identificar, acho que as vezes o coração partido é o que nos faz crescer, sabe amadurecer, claro tem seu lado ruim, e também tem a questão de muitas pessoas se tornarem frios. Eu diria que em 2011, quando levei um belo pé na bunda de minha ex namorada fiquei bem mal, mas digamos que aprendi com o acontecido, deixei o tempo passar e hoje me vejo curado, e o melhor ainda acredito no amor, no amar outra pessoa, mas também acredito no amar a si própria sempre.
    Até mais. http://realidadecaotica.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  4. "Tá aí uma coisa que eu nunca vou aprender: a saber quando pular fora, quando uma coisa não tem futuro."

    E eu que só pulo fora?

    http://www.paleseptember.com

    ResponderExcluir
  5. Ah se toda vez que eu dissesse nunca mais ou já chega meu coração escutasse essas palavras com atenção e acreditasse nelas isso poderia evitar muitas horas de ilusão. Infelizmente esse é o triste peso que carregamos por amar ou acreditar que amamos. Até encontrarmos o verdadeiro príncipe (se é que ele existe) na certa encontraremos tantos cafajestes que não se contam nos dedos.Força parceira que a vida pode te trazer muitas surpresas e tu infelizmente tens que 'engolir' alguns sapos as vezes... Abraços!
    nemsempreeperfeito.blogspot.com

    ResponderExcluir