13.11.13

Desculpa, busquei o amor que você não tinha



O que foi há um ano ainda dói como se tivesse acabado de acontecer. Não é só saudade, eu sei. Dói e depois desse tempo todo eu percebi que negar não faz doer menos. Não consigo mais chorar, mas isso não quer dizer que a mágoa já se foi. Enquanto meu passado se esforça em se manter atual, meu presente se torna passado, passando sem algum motivo, passando sem ser vivido. Minha vida parou em você. Me livrei de fotos, conversas, cartas, presentes... mas nada disso levou a sua alma embora, a sua lembrança em mim. E isso arde como queimadura de cigarro na pele, dói com o nó de choro preso em minha garganta que nem sai e nem se desfaz.


Mais de meses que não nos falamos, nem ao menos tenho notícias suas, se está feliz ou triste, com insônia ou dormindo o dia todo, se ela tem as mesmas manias bobas que eu ou se procurou alguém totalmente oposto a mim. Não consigo acreditar que não dói em você também, ou que doeu, um dia. Sei que superou mais facilmente, mas não consigo deixar de acreditar que alguma parte em você também quis tanto quanto eu. Na verdade, me apego a isso na tentativa de não enlouquecer, revirando cada minuto da nossa vida a dois, procurando o que deu errado. Ainda não achei o que nos fez desencaminhar como um trem descarrilado. Talvez, você tenha percebido isso antes de mim e pulou antes da queda no abismo, enquanto eu cai junto com ele e ainda estou em pedaços, em baixo de seus destroços, sem força ou vontade de me libertar.

Afinal, o que o mundo me reservaria agora? O que eu passei a conhecer com você, não acho que ninguém possa me oferecer de maneira melhor, embora tudo tenha ocorrido de maneira errônea. Apostei em você de olhos fechados, apostei na certeza do que eu sentia. Pequei quando acreditei na certeza que você dizia ter, mas não vinha do coração. Seus sentimentos nunca foram meus e talvez, por isso, eu os queria desesperadamente. Por nunca ter sentido segurança no teu amor. Aceitaria quase tudo do teu torto gostar, menos o que você me propôs suportar. Não sei ser silêncio. Não sei ser metade. E você nunca aprendeu a ser inteiro... não comigo.

5 comentários:

  1. Uma das coisas mais tristes é acreditar em algo que não existe.

    www.iasmincruz.com

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  2. Que texto mais lindo, quantas coisas ainda nos doem ao fundo por mais que a gente negue aos outros e a si mesmo. Sentimento a gente não manda, apenas obedece. Ao ler esse texto, me choquei com sentimentos que eu pensei que estavam 'guardados', e estão mais vivos do que nunca. Perfeito aqui.

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  3. "Pequei quando acreditei na certeza que você dizia ter, mas não vinha do coração." É realmente duro quando isso acontece, ou, pelo menos, quando sentimos que foi dessa forma! Passei e, de certa forma, ainda passo por situação semelhante: dói muito e é muito complicado entender o que é certo ou não fazer a respeito :/ É uma dor muito grande, algo que não sai fácil de dentro do coração, porém, costumo tentar lembrar que ainda tem muita coisa por vir (coisa que nem poderíamos acreditar, se pudessemos saber com antecendencia) e é isso (dores e alegrias profundas) que enriquece tanto nossas vivências! O aprendizado é eterno! (: Belo texto

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  4. Oi Amanda, seus textos estão cada dia melhores.
    Estou tentando fugir do "Adorei o texto" porque parece que as pessoas fazem muito descaso de textos... Poxa, não é de uma hora pra outra que escrevemos um texto, precisamos de uma dedicação, né?
    "Seus sentimentos nunca foram meus e talvez, por isso, eu os queria desesperadamente. " essa frase resume o que eu estou sentindo!
    Beijos

    http://8-particular.blogspot.com.br/

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  5. Eu gostaria mesmo de não conseguir entender o sentimento que há por trás de cada umas dessas palavras, queria mesmo nunca ter sentido algo assim, mas se assim fosse não seria eu. Queria não compreender essa dor, mas compreendo e sei que quando passa parece que nunca existiu. Também sei que dizer isso pouco importa, mas a leveza uma dia volta e volta melhor, volta ainda mais madura e segura.

    E por um descuido tudo fica bem.

    Como sempre, belíssimas palavras!
    Beijos*:

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