18.11.18

De para mim (remetente e destinatário)


Eu já não sou aquela que pensava que pra amar tinha que sacrificar tudo, inclusive a mim mesma, que acreditava que amar era sinônimo de abuso e de sempre abrir mão. Pouco resta daquela que só sabia ser par, que só sabia acompanhar, que queria o outro em detrimento de si mesma, em qualquer relação que fosse. Segundo lugar era mais que o suficiente (às vezes nem essa posição eu cobrava), era só
Dar
dar
dar

Eu já não sou mais aquela, mas de alguma forma, ainda sou. Era eu, sou eu. Como chegar aqui sem sê-la? Você entende? Tive que passar por tudo o que eu passei, sentir o que senti, aprender o que aprendi, chorar o que chorei (minhas lágrimas jamais foram tão minhas quanto agora), pra chegar no lugar onde estou e ainda há tanto caminho
Há uma infinidade de oportunidades, escolhas, opções, destinos, coincidências, histórias, sentimentos, caminhos, estradas, portas e janelas e asas e ventos
Cabe só a mim definir o que me faz sentido. É assustador e libertador no mesmo instante

É a minha hora e eu me darei o tempo que for necessário para entender tudo o que eu preciso, as nuances entre o céu e o mar, a distância entre a minha razão e emoção, o pulo no abismo e o mergulho profundo na luz, pôr cor nas sombras. Colecionar todos os meus pedaços.

Se eu pudesse mandar um recado pra mim mesma no passado, eu diria
"Tudo bem, menina. Não precisa ser forte sempre, mas você pode ser também, e sensível. E ver o melhor das pessoas. Isso não é defeito. Só olhe mais pra você, veja a sua grandiosidade: ninguém pode te limitar. Você é um encontro das ondas violentas e das pedras na praia, o barulho e o silêncio que vem depois
Não seja vítima de ninguém e nem a sua própria. Você viveu tudo isso para despertar esse fogo
agora brilhe
arda
queime
ilumine tudo ao seu redor e seja o seu próprio sol"

Todos estão carentes de mim e perguntam porque/pra que mudar
Sentem medo quando me veem indo embora
E pela primeira eu não sinto carência
Me vejo grande, inteira e possível pra mim.

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