26.4.18

Oração à Deusa


Eu sou a inocência de Core
e a escuridão de Perséfone*
A dualidade que existe por dentro
é a minha característica mais autêntica

Assim sendo, eu aceito o meu lado luz e o minha porção sombra, a menina e a mulher, a dependência e o desapego, a paixão pelas pessoas e a necessidade de ficar sozinha.
Eu recebo a dor e a cura, o vazio e a plenitude da alma, a sabedoria e a ignorância, a facilidade de adaptação e as raízes fixas.

Eu acolho, eu aceito, eu entrego.
E busco conviver em harmonia e equilíbrio com tudo o que integra o meu espírito e a minha carne
A força, que vem da pureza da psique
também é aquela que vem dos traumas da pele,
que se complementam e abrem caminho pra que eu trace o meu destino.

Tudo o que me magoou me destroçou me animou me fez chorar me fez sentir raiva me amou me deu liberdade me aprisionou me conquistou fez meus olhos brilharem e perderem a cor me ressentiu me escanteou me excluiu me fez plena me fez parte me encantou me fez sorrir me extasiou: me transformou para ser quem sou.

Eu sinto os dois mundos integrados
remexendo, queimando, ardendo, pulsando
em erupção nas minhas veias.
No meio do caos, eu me percebo em paz
O caos que me traz paz
Estou mais viva do que nunca.

* Perséfone é uma deusa da mitologia grega que representa a dualidade, a junção entre os dois mundos. Em seu mito, a filha de Zeus e Deméter era conhecida como Core antes de ser raptada do Monte Olímpo e levada para a Terra dos Mortos pelo deus do Mundo Inferior, Hades. Lá, essa se tornou a Rainha do Submundo.

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