"Já deu minha hora e eu não posso ficar".
Não tem jeito. Já abafei, empurrei de goela abaixo, engoli a seco, asfixiei com o travesseiro o que eu sinto. Só que o sentimento é teimoso, forte e se mantém, mesmo que imprensado entre as paredes no juízo que ainda me resta. Nunca acreditei nesse amor descontrolado. Amor, pra mim, sempre foi calma e consciência - pelo menos no meu cérebro, mas o coração não concorda. E quando eu boto alguma coisa no coração, não tem razão que dê jeito.
A gente tentou. Quer dizer, a certeza que tenho é que eu tentei. Tentei bem tentado, até o fim, pagando pra ver as consequências da minha insistência. Cheguei a conclusão de que a gente não dá. Não dá certo, não dá pé, entendeu? Nunca deu, desde o começo. A gente não se bateu, não se entendeu, porque queríamos e queremos coisas diferentes. Tenho total convicção disso e minha cabeça também. Só aquele bendito músculo que bate freneticamente insiste na emoção que já passou.
Se tem algo que levo comigo, é a certeza de que nem todo amor nasceu pra ser vivido. Nem todo amor é pra acontecer, pra ser. E o nosso até tentou, mas não foi. Não foi vigoroso, não foi o suficiente. Tenho comigo a certeza de que não era. Mas me sinto presa ao nó que hoje não existe mais. Ao nó que, um dia, tentou nos unir, mas hoje só me tapa a garganta.
Tenho calma. Já se passou um certo tempo, eu sei, mas se você não passou em mim ainda, vai passar. E posso esperar quanto tempo for. Não quero reviver você em mim. Não quero nada de volta. O amor existe, mas não é urgente. Não sinto vontade de você e nem de ser a razão do meu sorriso. Por favor, me poupe! Não vou me curvar à vontade do meu persistente coração - efeito colateral de quem vive com intensidade tudo o que pode.
Pra desatar o nó, eu só preciso de tolerância. A briga entre o que sinto e o que penso é natural, como é natural também que eu escolha quem me fala com maior certeza. Porque por mais apertado que o nó esteja, um dia, ele afrouxa. E se eu tiver sorte, desata de vez. No mais, aprendi a adormecer os locais onde as amarras mais apertam. Se não consigo ir sem elas - ainda - vou com elas mesmo. Vou. Já fui. E não volto.
Desatar o nó e quem sabe, talvez, por via das dúvidas desapegar! Quantos amores já nasceram e acabaram não progredindo ou se desenvolvendo...é duro, é chato e doi, deixa marcas, mas se não deu , fazer o que, bola frente... Alias, "que seja eterno enquanto dure"...Me identifiquei com este texto, é tão estranho quando sentimos algo que no fim não dá certo...
ResponderExcluirAbraços, Ingritt.
nemsempreeperfeito.blogspot.com
Nossa, que saudade daqui Amanda.
ResponderExcluirhá tempos não te visitada, me desculpe por isso.
Amei o teu texto, e sempre é difil, pra mim pelos menos, desatar os nós, coração e cérebro eles nunca entram nun acordo passivo, tempos que manter essa briga e sempre um deles não vai ter a sua vontade aceita.
Beeijo na testa, aparece por lá.
O importante é ir, mesmo que todos os nós não estejam desamarrados ainda.
ResponderExcluirwww.iasmincruz.com
Por mais que a gente fale: tchau, queremos ficar.
ResponderExcluirPor mais que gritamos: Nunca mais eu volto, queremos sussurrar: Nunca me deixe.
Passei por isso, recentemente, Dói e Muito!