12.9.13

O meu não-jogar, a tua não-opção


Sempre tive receio de ser a tua segunda opção, quando você, indiscutivelmente, sempre foi a minha primeira escolha. Sei lá, acho que o problema todo é que gosto de tudo em pratos limpos e deixei isso muito claro pra ti. A questão é que espero segurança, então, nada mais justo do que dá-la em troca. Talvez eu dê demais e por isso você não tenha medo de experimentar. Talvez por isso você não tenha medo de me perder.


Veja que confuso: não quero ser a segunda e muito menos a falta de opção de alguém, mas me permito no momento que não sei jogar, não sei manipular o sentimento das pessoas. Daí você, provavelmente, defenderá que é assim que pensa e que é assim que tem que ser. Ok, talvez deva mesmo. Mas desde quando é assim que é?
     
As pessoas jogam com o outro, contra o outro e eu, sinceramente, não sei fazer isso. Não sei não ligar, mesmo morrendo de vontade, só pra parecer que sou eu quem tenho o controle de toda a situação. Não sei passar dias sem falar com aquela pessoa pelo simples orgulho de achar que ela deve sentir saudade primeiro. Não sei inventar desculpas, fugir, omitir, transgredir as minhas vontades. E, talvez, eu nem gostaria mesmo de saber.

Olha, pode até ser por isso que eu vivo quebrando a cara, mas que me sirva de consolo o fato de ter sido eu o tempo todo, pois, se tivesse feito ao menos metade daquilo que não estou habituada, ficaria da dúvida se não consegui por não ter sido eu. E, embora eu conseguisse alcançar o objetivo, sei que não sustentaria esses "não saberes tentados", essa máscara tentada de ser eu por muito tempo.
     
Que fique bem claro que isso não é um motivo de orgulho ou superioridade pra mim, mas uma constatação. E você, em quem eu penso pra escrever toda essa argumentação,  não se sinta culpado, por favor. É difícil, para quem está acostumado com esses tipos de barreiras, enxergar ou entender alguém que não haja de tal forma, afinal, lidamos com isso a vida inteira.

Meu jeito te causa estranhamento e eu entendo. Mas essa coisa de jogar realmente me incomoda. Então, porque você não me dá a chance de te mostrar como é não jogar o jogo? Assim, simplesmente gostar e mostrar e tá perto e querer tudo isso... sem maiores preocupações. Sem o medo infinito de perder ou a vontade de querer jogar ou necessidade de esconder o jogo. Não gosto de jogar sujo. Não gosto nem de jogar, na realidade.
     
Acredito que assim deveria ser naturalmente, mas já que não é, estou te chamando para conhecer o meu jeito, o meu não jogo. Como é ser a opção e a primeira e nem, muito menos, uma das opções. No começo dá medo, viu? Dá medo a gente se entregar a algo sem receios, limites, regras ou imposições. Mas garanto que, depois que o primeiro impulso for dado e o vento sentido no rosto, será apenas o primeiro de muitos saltos livres.

6 comentários:

  1. É mesmo muito difícil se entregar completamente né? Tipo, resumiu tudo!
    beijosss

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  2. Uau! Achei seu texto muito lindo, Amanda! A forma com que você usou as palavras, não sei ao certo dizer...
    Mesmo eu não estando apaixonada no momento, senti um pouco do que está escrito. É realmente difícil quando nos apaixonamos ou quando nos importamos demais com pessoas que não fazem desse sentimento, um sentimento recíproco.
    Gostei bastante de outros textos seus também.
    Dê uma olhada no meu blog, se não for incômodo e se você quiser...
    http://8-particular.blogspot.com/
    Um beijo!

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  3. Encontrei-me tanto nas suas palavras, também não sei jogar, fingir, manipular, se eu quero falar com alguém vou lá e falo, se to com saudades vou lá e digo, não consigo encarar o amor como um jogo.
    http://denovomaisumavez.blogspot.com.br/

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  4. Não gosto de esconder sentimentos, quando amamos ou admiramos alguém, é sempre melhor abrir o coração, não sei disfarçar meus sentimentos.

    ótima semana, beijos :)

    Blog Fashion e Bella
    www.fashionebella.com.br

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  5. É fascinante como tuas palavras descrevem quase exatamente o que sinto e tudo o que tem me acontecido ultimamente, tudo o que me impede de conseguir escrever mais uma vez... Também não gosto de jogar, gosto do impulso, desse tal "se jogar", por isso sempre saio por aí cheia de hematomas...

    Enfim, acho que precisava mesmo ler essas tuas palavras belíssimas, Amanada..
    Beijos*:
    http://leontynasantos.blogspot.com.br/

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  6. Seria tudo tão mais fácil se não houvesse esse joguinho idiota...o pior é que as vezes a gente acaba perdendo alguém por ficar na dúvida de se ele só está fazendo o joguinho ou realmente não ta afim...
    -xoxo

    http://s2juuh.blogspot.com

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