Prazer, sou imperfeita!

Não sou do tipo de pessoa que segura a atenção toda pra si em uma roda de conversas para contar suas histórias divertidas sobre bebidas e aventuras, transformando caras sérias em gargalhadas. Não sei ser afável e carinhosa com todo mundo, poucas pessoas conseguem me "descascar" a tal ponto. Não finjo gostar de ninguém, embora eu vá com a cara de quase todo mundo. 

Me dou melhor com linhas e parágrafos do que com vozes e discursos. Sou tímida e retraída com quem não conheço, passo até a impressão de ser metida e antipática. Mas com quem conheço, sou palhaça nata, arranco e dou sorrisos das besteiras mais puras. Sou criança sempre que posso, adulta só quando é necessário! Passo do choro à crise de riso em questão de segundos. 
        
Extremamente observadora, analiso todos os trejeitos da pessoa antes de saber se posso me aproximar ou não. Se seguir os padrões que a "sociedade impõe" sobre beleza significa ter os órgãos vitais em perfeito funcionamento e me aceitar como sou fisicamente, então, estou muito bem, obrigada. Não sou uma garota que serve de ícone para outras garotas, não sou exemplo de simpatia, muito pelo contrário, sou mal humorada e reclamo muito. Mas todos os meus prós e contras fazem de mim quem sou. E sendo bom ou ruim, sou única. Não sigo modinhas, tenho minhas próprias tendências e frescuras, não sou "maria vai com as outras". 
        
Adoro contos de fada, mas não queria viver um. Não queria ter a minha vida traçada por um destino inflexível. Eu faço o meu conto de fadas, sem princesas e príncipes, mas com as minhas escolhas. Se as minhas escolhas me trouxeram até aqui, sei que muita coisa valeu a pena. Sou feliz por ter a opção de ser carne, osso, preguiça, felicidade, tristeza, erro... e se o preço de ser humana (e, consequentemente, imperfeita) é esse, eu pago com prazer. Porque eu não só habito, eu vivo!