25.4.12

Perdida... em minha própria perda.

Uma irritação repentina se irradia dentro de mim. Como se as ondas de irritabilidade batessem em minhas extremidades e voltassem com ainda mais força para o seu epicentro. Alguma coisa me prende, me desequilibra, me enfurece, me puxa. Não sei o que é. Não sei explicar, não sei combater, não sei evitar. Apenas sei que as consequências são destruidoras. 

Faço uma limpeza em meus pensamentos, buscando um motivo, uma razão ou qualquer outra coisa que sirva de justificativa para esse sentimento indecifrável, que me incomoda de uma forma estressante. A rotina quase me enlouquece, me faz perder o controle. É como se eu não tivesse mais a liberdade dos meu passos, pois eles já foram planejados, não por mim, mas por um destino que me manipula. 

E essa sensação de prisão em uma própria vida é desesperadora! É como ter alguém responsável pelos meu comandos, mas um alguém que para mim é inalcançável, alguém que não posso questionar ou ir contra as suas vontades, que brinca comigo como se eu fosse um mero divertimento, ou um jogo de videogame. É como se eu estivesse presa em um ciclo vicioso, e tivesse tão envolvida nisso que não acho mais a saída. Por outro lado, outra eu, alheia a todo esse desespero, não sente nada. Acorda, come, respira, anda, sorri, se movimenta automaticamente. 

Vivo os dias como uma pessoa induzida a tudo o que faz. Sem emoção. Como se a emoção tivesse afundado em mim como um navio naufragado, que só podem trazer lembranças.


Me perco em várias faces de mim mesma, que se revesam ao andar do dia, que mudam de acordo com as pessoas que me rodeiam. Se elas que conversassem a meu respeito, talvez me descrevessem, cada uma, de modo totalmente oposto. Talvez se perguntariam "será que estamos falando da mesma pessoa?", e não, não estariam falando da mesma pessoa. 

Me formo e transformo em outras de mim mesma, buscando me encontrar urgentemente em alguma dessas versões, quando só faço me perder ainda mais. Para não assinar meu atestado de desencontro comigo mesma, vez ou outra me encontro em algum riso, ou mais frequentemente no choro. Vez ou outra alguém consegue cavar em mim e trazer a tona uma fresta, uma pequena amostra de quem eu sou. 

Ou de quem penso que sou. Por um segundo tenho a esperança de finalmente ter encontrado a minha personalidade que mais combina comigo, mas logo depois me perco em milhões de perguntas que permeiam a minha cabeça e me deixam tonta. Tento não lembrar delas, pois me incomodam, me fazem querer gritar até perder a voz ou rasgar minhas cordas vocais. O barulho faz com que eu não consiga pensar em nada, por isso gosto de ouvir música alta. 

Não espero que alguém entenda, já que nem eu mesma sei explicar, já que nem para mim isso faz algum sentido. Mesmo assim, desabafo. Esperando que, de alguma forma, isso me ajude a entender onde eu pretendo chegar.

6 comentários:

  1. Ai que lindo ameiii *-*
    Parabéns :)
    Beijos Doces...
    http://blogstayy.blogspot.com.br/

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  2. amei o texto.
    acho que todos da sociedade vivem interpretando papeis tentando saber qual ela é de verdade.
    beijos
    http://lolamantovani.blogspot.com.br/

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  3. Gostei do texto, apesar de tantos sentimentos confusos em direções contrárias :O

    Beijos
    http://www.brilhodealuguel.com

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  4. Ahh, estava tão ocupada com o colégio, que só agora conseguí vim aqui ler seus textos perfeitos!!
    Sempre me indentifico com eles ^_^

    Sentimentos confusos!!Ás vezes não consigo nem dizer o que estou sentindo!!!
    Beeeijos ;*


    http://princesa-diferente.blogspot.com.br/

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  5. Ótimo texto!
    Tenho tantas saudades da época que eu escrevia... Mas parece que minhas inspirações fugiram de mim :((

    Beijos,
    Marcella
    http://diario-de-marcella.blogspot.com.br

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  6. Isso é tudo meio confuso não é verdade, a gente se perde por qualquer motivo, eu estou perdida também não sei por onde vou, em que lado ir, se ouço conselhos ou se ando por mim própria, o que vou fazer? Está tudo muito difícil pra mim agora, me distanciei de pessoas que gostavam por causa do destino, e não sei como reaproximar. Esse texto me fez refletir muito ;)
    http://luanapdomingues.blogspot.com.br/

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