20.3.12

Te proteger


Queria te pôr em uma redoma de vidro para que nem um mal do mundo te afetasse. Meu menino grande de 23 primaveras, mas ainda tão ingênuo e indefeso. Me dói te ver sofrer, despedaça o meu coração e me faz definhar a cada pensamento sobre isso. Preferia que a dor me rasgasse as entranhas do que te fizesse um mínimo arranhão. Te ver sofrer faz com que eu sofra também. É tão forte perante as pessoas, mas se mostra tão inseguro diante de mim. Eu sim te conheço verdadeiramente e aceito todos os gostos, desgostos, anseios, defeitos, ataques de fúria ou indecisões.

Entendo todos os “poréns” que vieram detalhados em tua embalagem, abracei de forma ímpar, de forma que te cuido como uma criança, querendo te proteger de tudo o que possa vir a te ferir. E permanecerei cuidando, defendendo do que for possível e enquanto for possível. É difícil, mas uma hora terei que jogar-te aos leões do mundo e deixar de te devorem, que façam-te despir da bolha imaginária que te ronda e que te impede de ultrapassar alguns percalços que são inevitáveis. 

Mas te jogo e te estendendo a mão, e estarei aqui, estável e pronta, exercendo o papel de teu porto seguro, assim como és o meu e na condição de sabermos que ao final, apenas temos um ao outro. 

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