13.3.19
Meio do teu nome
Hoje eu chamei outra pessoa pela metade do teu nome
Eu chamei e me veio à memória
De todas as metades que a gente foi
da nossa incapacidade de ser além do medíocre
E até nessa hora fui meio tristeza, meio alívio
Meia culpa e meia saudade
Me veio as conversas, as brigas, os sentimentos, os eu te amo, as vontades, os toques, o choro, o fim
Tudo sempre morno, abafado
Copo que achava estar meio cheio,
mas sempre foi meio vazio.
O meio-termo, a falta de vontade o suficiente,
O meio, o mediano. O monótono.
Nem café nem sorvete
Água que não gela e nem mata a sede, nem ferve e queima
O que eu não suportei
E me fez ir embora sem meias palavras
Na certeza de que eu não volto,
Eu me despedi inteira.
E agora posso borbulhar.
Apenas fomos o todo quando não já eramos mais nós.
Eu só pude ser completa sozinha.
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